olho para o meu caderno e vejo que de um lado está a lista de realizações e conquistas de 2021, enquanto do outro estão os desejos para os próximos doze meses (e que estão também muito bem organizados no notion, inclusive).
eu gosto muito dos rituais que acontecem entre as viradas de ano. dentre eles, sou fã principalmente de listar o que foi aprendido, de colocar na balança o que foi bom e quais foram as situações que abalaram as estruturas, assim como tirar um tempinho para marcar (ou renovar) as intenções para o novo ciclo que vai começar em breve.
por mais que os últimos anos tenham tirado um pouco do gostinho de fazer planos e de sonhar, continuo sentindo que é por meio de listar o que quero alcançar que há como viver o tempo pra valer e estar no presente.
afinal, nos outros dias do ano podemos ficar tão imersas em como o tempo corre que tudo aquilo que o marca com intensidade se destaca. os rituais, as tradições e outras situações específicas que acontecem em determinadas datas são capazes de nos conectar com o agora, como é o caso do ano novo e dos aniversários.
para mim, precisamos de pausas e de indícios de que o tempo está acontecendo e sendo percebido. acredito que os rituais têm essa função: nos ajudar a marcar as épocas e a fazer algo com a intenção de estar ali, viva, no momento atual, no agora.
apesar de ser uma palavra que carrega uma certa simbologia, os rituais não precisam ser grandes eventos: podem ser coisas no cotidiano que funcionam como marcos temporais, nem que seja simplesmente fazer um pedido ou escrever os seus desejos para o novo que está surgindo.
o importante é ter intenção e conexão com o agora.
e aí, quero saber: quais os seus planos e intenções para 2022?
📝 coisas que estou...
lendo: “Contra a interpretação e outros ensaios”, da Susan Sontag e “Orlando”, da Virginia Woolf
assistindo: os novos epsódios de Queer Eye - um melhor que o outro! amo <3
ouvindo: duas playlists de folk têm me acompanhado nos últimos dias - Contemporary Folk e Chill Folk
querendo: um bolinho de chocolate para comer nesses dias nublados
pensando: em como eu queria ser aquelas pessoas que têm o dom de decorar bullet journals e afins
(…) por que será que os estranhos sempre nos pesam menos?
talvez por serem terra desconhecida, é o que abre espaço para a nossa imaginação.
fulano deve ser ótimo, pensamos
e as respostas ficam em suspenso
amamos a possibilidade
de a pessoa ser exatamente aquilo que projetamos nela.
os estranhos não nos doem porque ainda não nos decepcionaram
e se mantivermos tudo a uma boa distância: seguirão sendo
essa doce incógnita.
📚 em Pequena coreografia do adeus, de Aline Bei.
📖 leitura da vez
já tinha visto muitas críticas positivas sobre o livro Fique comigo, da autora nigeriana Ayobami Adebayo, mas mesmo assim superou as minhas expectativas. a história se passa no contexto político-social da Nigéria em 1980 e, como pano de fundo da trama principal, podemos conhecer algumas das características da cultura e das tradições dessas famílias, o que considero como um dos pontos altos da narrativa.
Yejide só quer ser mãe e faz praticamente de tudo para isso. a cada capítulo descobrimos mais tanto sobre sua personalidade como mulher e esposa quanto sobre seu casamento. e olha, muitas das reviravoltas que vão surgindo foram de tirar o fôlego.
a escrita da Ayobami Adebayo deixa cada acontecimento ainda mais instigante e ela consegue descrever situações com uma instensidade que fiquei impressionada - e os detalhes de algumas cenas então… uau!
você já leu? comenta aqui!
💌 curadoria
se é bom, deve ser compartilhado
esse texto da Mariana Caldas sobre mulheres, suor e o prazer de se movimentar
um artigo sobre a importância do tédio - e que eu li enquanto estava entediada
a última edição da newsletter da Liliane Prata sobre a vida na internet x a vida na rua
o post do blog do Austin Kleon com frases e citações que ele foi registrando em seu diário no ano passado (achei uma ideia bem legal!)
um tweet com o desafio de 2022 do Leia Mulheres
o Questionário Proust que a Gama fez com a Martha Medeiros, uma das minhas escritoras preferidas
desde quando sabemos de todas as coisas que acontecem no mundo se mal sabemos o que se passa no fundo do nosso coração?
📚 em Pequena coreografia do adeus, de Aline Bei.
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